quarta-feira, 11 de abril de 2012

Devaneios ao volante...

Há coisas que uma pessoa pensa enquanto vai a conduzir que são autênticos planos de vida, com tantos pormenores, que me levam a pensar como é possível fazer isso tudo ao mesmo tempo e não passar três vermelhos seguidos, bater no carro da frente, ou me esquecer de fazer uma curva.
Hoje enquanto conduzia, imaginei, fiz o filme todo, argumentação, realização, personagens, ... Se há sonho (sonho acordado) que tenho frequentemente é, um dia, viver em Londres. Numa casinha que não precisa de ser muito grande, aliás, eu sempre disse que um simples quadradinho limpinho já me chegava. Mas como o meu carro parece ser um cantinho onde me dá para as grandezas, posso dizer que esta casinha não era um simples quadradinho, mas também não era um palácio! Podia ser uma destas, por exemplo,


em que teria uma daquelas janelinhas que me deixasse entrar o sol pela manhã. Agora bateu forte a saudadinha de Londres, como eu adorei (e adoro) aquela cidade! E sei que nesta casinha iriam morar duas estantes expedit ikea, uma minha e outra tua. Eu bem digo que dentro do carro o mundo se torna num lugar diferente. Nos pensamentos dentro do meu carro é perfeitamente possível levar duas estantes expedit dentro de um avião. E as duas bem montadinhas, porque bem sabemos que o ikea fantástico como é, monta do numa casa, nunca mais dela sai. Mas bom, já que me é permitido imaginar a viver na casinha ali de cima, em nada me parece estranho poder levar duas expedit num avião. Requesito nº2 da casinha: este edredon:


Sempre, sempre gostei dele, sempre ficou para uma nova casa. Mas pronto, eu até posso ceder e concordar com este:


E sim, imaginei muitas mais coisas. Imaginei o primeiro pequeno-almoço. O sumo de laranja natural, o pão, o bacon como só há lá, o ovo estrelado a combinar com o pãozinho.
Quero acreditar que o universo segue o seu curso. Quero acreditar que os pensamentos, muito fortes, que são sonhos às vezes disparatados se concretizam. Quero acreditar que, com muita força, com muita coragem, com muitos sonhos, com muitos pensamentos positivos (e alguns realistas lá para o meio), o universo encaminha cada um para o sítio onde quer (e deve) ir.
Hoje, noutra viagem de carro, na vinda, Londres foi na ida, pus-me a pensar no meu exame de condução e nos meus instrutores, nas aulas de código em pleno verão, ... Como eu gostei dessa época e guardo boas memórias de toda a gente daquela escola. E não é que no meio disto tudo passo pelo carro onde tive as aulas e ia lá o meu instrutor, agora com outra menina? Lá lhe sorri e disse adeus, e voltei a sorrir depois disso. É o que eu digo, é o universo. Fora o paleio blá blá d'O Segredo e companhias, acredito que a nossa vontade é o primeiro impulso para tudo. Nada se faz sem vontade. Um dia hei-de prová-lo. Vai por mim universo, eu vou conseguir, quer tu queiras, quer não.
Fica a aposta.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Saudade. Saudade. Saudade.

A saudade é uma coisa lixada.
Podemos deparar-nos com a saudade em muitas alturas do dia, ao observar uma fotografia, uma recordação de uma viagem, os livros da escola, ou apontamentos de anos antigos da faculdade, uma lembrança durante uma conversa com amigos, família... Mas, a meu ver, a saudade tem o seu lado bom. Nos últimos dias fui assombrada pelo bichinho da saudade e a conclusão a que cheguei é que, em alguns casos, há uma parte fantástica neste bichinho: a parte em que estamos prestes, a minutos e segundos, de matar as saudades que temos/tivemos de alguém. Aquele friozinho na barriga, quase que parecem dores, toda a excitação de saber que daí a uns segundinhos, plim, estamos novamente na nossa zona de conforto, naquele quentinho de saber que tudo está como estava à uns dias atrás... Oh! Esses segundinhos até me fazem perdoar todo o sufoco que a saudade às vezes causa. Dei por mim, a conduzir e a controlar-me entre o ir mais depressa um bocadinho e o tentar prolongar mais um pouco esse momento, os tais segundinhos. Segundinhos em que dei por mim a sorrir que nem uma tolinha, a ter pancadas na barriga e a querer abanar os pézinhos como se tivesse 3 anos. O culminar das saudades dá-se, então, quanto o alguém já está ao alcance dos nossos olhos, do nosso abraço. E aí, são, agora 10 minutos, a sorrir sem parar, a falar sem parar, por novidades em dia, voltar a sorrir, pensar no que fazer, qual o jantar, voltar a sorrir e, despedir, novamente a sorrir.  
E, assim, o bichinho das saudades consegue vir visitar-me e eu resisto. E no fim do dia até lhe agradeço por me mostrar que o bichinho das saudades não é nada comparado com outros bichinhos de sentimentos que andam ao pé de mim.
E estou de volta. De volta a casa.
E pela primeira vez no mundo da blogosfera. Pronta para panicar um bocadinho por aqui.