domingo, 6 de maio de 2012

(des)Liberdade

Penso mesmo muitas vezes nisto. Alias, há quem diga que o meu problema é mesmo pensar de mais. Mas sempre que penso na liberdade, no seu significado, na aplicação individual da liberdade, do livre-arbítrio, vem-me sempre à memória a questão levantada à uns bons anos atrás pela minha professora de Filosofia "Somos nós realmente livres?". Na altura discutimos muito e remetemos sempre aos tempos passado, escravidão, anulação dos direitos da mulher, e concluímos que esses sim é que não eram livres. Talvez nessa altura, tenha engolido essa e ido para casa descansadinha. Ora bem, cada vez mais acredito que não somos é nada livres. E o "nada livres" que falo é ao nível das ações individuais, não em questões de massa, como por exemplo a liberdade de expressão, a emancipação da mulher, etc. Ando farta, fartinha, de deixar de dizer ou fazer certas coisas por ter sempre presente na minha cabeça "os outros". E o que mais me irrita é que, em certas situações, esses outros não são ninguém de significado muito especial, ou nada especial, são simplesmente "os outros". Os outros que podem ser a sociedade toda, alguns colegas de cursos, conhecidos da rua onde se mora, os condutores do carro ao lado. Se ainda fossem amigos chegados, família, e mesmo esses? Eu não pedi para nascer. Mas, já que vim cá parar, adorava puder aproveitar o tempo que cá estou, que não sei se são mais 50 anos ou 10 minutos, da maneira que eu (e só eu) me apetece. E "os outros"? Os outros que se lixassem! E que eu me estivesse pouco marimbando para eles! E sei, sei e compreendo até, que a sociedade tem de ter normas, regras, senão seriamos todos animais a viver na selva. Mas às vezes apetecia-me mesmo estar na LionKingLândia. Somos tão tão tão condicionados em todas as ações que tomamos que às vezes pergunto-me o que sobra realmente de nós? O que é realmente cada um de nós? E até que ponto é que queremos mesmo ser realmente nós, ou se é muito mais fácil ser aquilo que "os outros" esperam que sejamos. É triste. É triste pensar os minutinhos que já desperdiçamos. E digo minutinhos para não dizer horas, ou tudo somado, anos talvez, para não me pôr ainda mais farta disto da (des)liberdade.
Gosto realmente de estar cá, na minha própria NonLionKingLândia, mas às vezes custa. Custa muito. Se soubessemos todos que daqui a 30 minutos se acabava esta Lândia eu iria gostar de ver. Na minha modesta opinião, iriam ser os únicos 30 minutos em que iríamos ser, realmente, só e só cada um de nós.

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